sábado, 19 de setembro de 2009

DAMNED, DAMNED, DAMNED




The Damned, eis um nome memorável em termos de pauleira bem feita, ainda mais se ouvido com toda atenção nos dias de hoje, já que hoje muito se exalta cabedal técnico, poses e tudo o mais que é supérfluo, em detrimento ao verdadeiro talento.
A banda marcou seu nome na história justamente por ter conseguido ser original, mesmo com um repertório entupido de covers (ou releituras, se é o caso) de clássicos do rock anteriores à sua existência.
Começaram mesmo em junho de '76 (coincidência à parte, mes e ano do nascimento deste que vos escreve!), com Brian James (guitarra), Captain Sensible (baixo), Rat Scabies (bateria) e Dave Vanian (vocais). Fizeram sua primeira apresentação no mes seguinte, abrindo um gig para os Sex Pistols no 100 Club, de Londres. Fora isso, é deles a primeira gravação do punk britânico: o single "New Rose".
Seus dois primeiros discos, "Damned, Damned, Damned" (fevereiro de 1977) e "Music for Pleasure" (novembro de 1977), ainda contavam com a assinatura do guitarrista Brian James em todas suas faixas. Tudo ia muito bem, até o dia em que as coisas escureceram na vida dos meninos... James saiu da banda e ainda segurou consigo o nome Damned, durante todo o ano de 1978. Mas como show que é show não pode parar, durante aquele ano Captain Sensible assumiu a guitarra, e para o baixo, uma participação mais que especial: Lemmy Kilminster (exatamente! O mesmo feioso do Motorhead!); só que desta vez sob o nome de The Doomed.
Em 79, tão logo conseguiram de volta o direito de usar o nome "Damned", lançaram o disco "Machine Gun Etiquette", que trazia consigo clássicos como "Smash It Up", "I Just Can Be Happy Today" e "Love Song".
A década de 80 começou com a banda flertando fortemente com a new wave. O disco "The Black Album" (1980) e o epê "Friday 13th" (1981) são obras emblemáticas do período, já a partir daí inaugura-se um novo ciclo, uma fase que muitos chamam de "gótica" e outros, "death rock" mesmo.
Dave Vanian, que antes se caracterizava de Drácula, no melhor estilo Bela Lugosi, passava a adotar um visual mais próximo ao dos vampiros de Anne Rice. Desse tempo, podemos destacar a trilogia dark da banda: "Strawberries" (1982), "Phantasmagoria" (1985) e "Anything" (1986).
Entre '86 e '95 a banda não lançou mais nada de material inédito, apenas meiaduzia de bons discos ao vivo e coletâneas a rodo. Sua volta aos estúdios deu-se com o disco "Not of This Earth" (1995), sucedido seis anos mais tarde por "Grave Disorder".
Enfim, mesmo sem lançar material inédito com tanta frequência, o Damned se mantém firme e forte como uma das bandas mais cultuadas entre o punk e pós-punk, que muitos tentam imitar mas ninguém consegue causar tanto impacto. Já foram regravados por muita gente importante, a saber: Guns'N'Roses, Die Toten Hosen, Hellacopters, Offspring etc. Podem até tentar copiar as linhas de bateria de Rat Scabies ou as guitarras de Captain Sensible (e o visual também! Vide o "novo" Supla!), mas não há quem cante como Dave Vanian, um híbrido "goth-punk" de Frank Sinatra e Jim Morrison. É ouvir para crer!
Por hoje é isso. Um gande abraço a todos e até a próxima!


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Originalmente publicado no jornal Folha do Estado, dia 23 de Agosto de 2009, no caderno Folha 3

Um comentário:

Evelin Olívia Fróes disse...

Max, será que é você mesmo? Mudou - se de Curitiba quando? É aquele que formou - se em Letras Inglês pela Tuiuti e é fã do ABBA, acertei? Preciso devolver um livro para ti, como faço para localizá - lo?
Evelin.