segunda-feira, 11 de maio de 2009

MEIO SÉCULO DE ROCK

MEIO SÉCULO DE ROCK

De colunas do max


Ser cotada pelo GUINNESS BOOK como a banda de rock mais ativa da história não é para qualquer um. Afinal, trata-se de uma trajetória de 50 ininterruptos anos na estrada, longe de tournées caça-níqueis e de revivals oportunistas, apenas fazendo o que de melhor sabe fazer: Rock'N'Roll!

Filhos de um ator coadjuvante de chanchadas e de uma ex-cantora da Rádio Nacional, os irmão Barros - Renato, Paulo Cezar e Ed Wilson - iniciaram sua carreira nos idos de 59, fazendo mímicas em um famoso programa da extinta rádio Mayrink Veiga, do Rio de Janeiro, sob o nome de "Os Bacaninhas do Rock da Piedade". Saíram-se terrivelmente mal!...

Transtornados com a situação, trancaram-se por um bom tempo em casa para aprenderem a tocar devidamente os instrumentos. E assim aprenderam!




Voltaram logo à rádio! O pessoal da produção ficou tão abismado com a persistencia dos meninos que enfim os deixou tocar por lá.

A nova banda se chamava "Renato & Seus Blue Caps", que além dos 3 irmãos, contava também com a presença de dois amigos seus: Euclides (guitarra) e Gelson (bateria), que também tocariam com a banda Luizinho & Seus Dinamites. Fizeram um grande sucesso!....

Entretanto, naqueles dias, Renato, o irmão mais velho, frequentemente era visto nos escritórios das gravadoras do Rio, já que ainda não tinham gravado nada e procuravam por um selo que os aceitasse. Contudo, foi pela Ciclone, uma pequena gravadora carioca, que conseguiram lançar dois discos de 78 rpm: um, acompanhando o conjunto vocal "Os Adolescentes" e outro, acompanhando um cantor chamado Toni Billy.

Depois das gravações "menores", surgiu a oportunidade da gravadora Copacabana, pela qual lançam entre 61 e 63, dois LPs e alguns single em 78rpm. Neste meio tempo, Ed Wilson deixa a banda para seguir carreira solo, entrando para o seu lugar um cantor que então se lançava: Erasmo Carlos, o legítimo Rei! Nessa fase, gravam um bom disco (63) com a famosa "Lobo Mau", versão para "The Wanderer" de Dion DiMucci.




Pouco tempo depois, Erasmo também deixa a banda para seguir carreira solo... mas a grande chance mesmo vem quando um amigo, o então novato Roberto Carlos os chama para lhe acompanharem em "Splish Splash". O disco foi um "estouro", a banda acabou faturando um contrato com a CBS e, de quebra, Renato & Seus Blue Caps acabaram se tornando a "banda da casa".

De 1964 a 69, os vocais ficaram por conta de Paulo Cezar e Cid. O próprio Renato cantava pouco, mas em compensação, sua guitarra ressoava firme e forte em todas as gravações da banda. Aliás, tido como um dos primeiros "guitar heroes" do rock nacional, Renato Barros também foi um dos primeiros a apostar em moduladores de efeito e a usar sabiamente os distorcedores.

Durante esse período, além das inúmeras composições próprias, a banda se notabilizou por excelentes versões para sucessos internacionais, já que em grande parte dos casos as versões de Renato superavam por aqui nas vendas, as "matrizes" em seus países de origem. Destaque especial para versões de Beatles como "Menina Linda" (I should have known better) e "Feche Os Olhos" (All my loving). Gravaram também muitos clássicos garageiros como "Vivo Só" ("For Your Love", dos Yardbirds), "Você Não Soube amar" ("It's Gonna Be Alright", dos Gants), "Não Posso Me Controlar" e "Tem que Ser Você" ("I can't control myself" e "With a girl like you" dos Troggs), entre outra tantas.

De colunas do max


De suas participações como banda de acompanhamento, cabem vários discos de Wanderlea, Jerry Adriani, Os Jovens, Rossini Pinto, Márcio Greick e um clássico dentre os clássicos, "Roberto Carlos Em Ritmo de Aventura"; isso sem falar nos inúmeros LPs gravados como "banda fantasma" só com sucessos internacionais.

Renato Barros, além de acompanhar grandes nomes da jovem guarda à frente da banda, também foi (e continua sendo) um exímio produtor, pois junto com Raul Seixas, entre 67 e 74, encabeçou muito material da dupla Leno & Lilian e de Jerry Adriani.

Apesar dos espaçados intervalos entre um disco e outro - que se tornaram mais frequentes a partir dos anos 80 - a banda mantém-se ativa e tocando por tudo quanto é canto do Brasil. Hoje, além do próprio Renato, a banda também conta com Cid (sax e vocais) e Gelson (bateria) mais um time renovável de bons músicos para o baixo e os teclados.

Dos demais integrantes, os irmãos Ed Wilson e Paulo Cezar seguem na estrada - junto com antigos integrantes dos Fevers - com o grupo The Originals, tocando velhos clássicos e resgatando tesouros do lado B.

Agora é bom salientar - como um desabafo deste colunista - que Renato & Seus Blue Caps não é "entretenimento de tiozinho", mas Patrimônio Legítimo do Rock Nacional, merecedor de todas as glórias e reverências possíveis.

De colunas do max


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Max Merege é um pesquisador que valoriza muito a jovem guarda e que tem cacife sufuciente para dar lição em muito entertainer fanfarrão que tem por aí à solta.

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